4 de outubro de 2010

Notícia que me deixou com... "a pulga atrás da orelha"

A notícia pode ser lida AQUI mas fiquei a pensar que não fico muito descansada e que, apesar de falarem em que o INEM tentará tudo para a reanimação, mas se... essa mesma situação, acontecer no hospital e em vez, de tentarem arranjar um coração novo, porque até é possível manter alguém vivo em morte cerebral, comecem logo a tirar rins, fígado,... o que lhes apetecer... ANTES Dessa Morte Cerebral?
Todos nós por Lei e sem termos avisado em contrário, somos dadores, ora para mim, num país que vejo cada vez mais corrupto, onde a vocação para medicina virou mais para o interesse financeiro e, para isso, basta ver como alguns médicos fogem para a saúde privada, por mais um punhado de moedas, fico cheia de dúvidas se não aparece algum socateiro (daqueles que consegue comprar qualquer um) e que antes de tentarem tudo para salvar os menos abonados, já nem esperem pela morte cerebral e vai daí... têm autorização para nos começar a retalhar aos bocadinhos ou a alguém que nos é querido.
É que hoje em dia, cada vez confio menos... e vão escasseando as pessoas com ética e moral, nesta sociedade que já só vê dinheiro.
Ora, num país onde só meia dúzia manda, onde o fosso entre ricos e pobres aumenta, onde as habilitações não contam, mas o nome de família, onde os conhecimentos, as cunhas, as jogadas,...
enfim, onde a podridão avança... começa a ser fácil ter muitas dúvidas sobre determinadas leis.

25 comentários:

  1. Isa:
    Tens toda a razão, o melhor será contactarmos um advogado ( mas as consultas também x-( )e especificarmos nalgum lado que não queremos ser dadores.
    Até já sinto comichão , será das pulgas ;)

    Beijinhos

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  2. Fê-blue bird

    Eu sentia-me melhor, se só me começassem a tirar o fígado,...e o resto, depois do cérebro desligado assim, estou como tu... cheia de comichões ;)

    Bjos

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  3. OLÁ ISA!

    Começo bem!
    Já tenho escrito e dito que se me acontecer alguma coisa não quero ser reanimada nem ligada a nenhuma máquina e ficar a parecer um vegetal!
    Quero que me dêem logo uma injecção com bolha de ar!Depois disso tudo já me podem tirar tudo o que quiserem, mas acho que nada se aproveita....
    Isto é brincadeira!

    Acho grave a noticia e a lei se assim for,porque de facto podem fazer tudo o que quiserem e lhes apetecer e depois darem desculpas esfarrapadas.

    Beijs.HELENA

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  4. O povo aperta o cinto

    Sócrates anunciou que o pacote de esbulho
    aos falidos - lhe apertava o coração

    Que fazer ao eng?

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  5. Sócrates já deu a ideia

    que está de apertos

    mas será que tem coração?

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  6. Isa
    Li a notícia e não vi os perigos que a minha cara viu. Acho que tem razão.
    Eu, que até já passeio por um enfarte (por poucos minutos, a máquina não chegou a parar)...chiça!
    Abraço

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  7. Olá Isa. Vai desculpar a minha frontalidade neste assunto. Começo talvez por lhe perguntar se já precisou ou tem alguém próximo que tenha precisado/precise de um transplante de órgãos?
    Arrisco-me a arriscar o não, pela forma como escreveu este post.
    Em primeiro lugar, ao contrário do que diz, não é possível manter alguém em morte cerebral à espera de um coração. Primeiro porque a morte cerebral é irreversível. Em segundo porque o tempo médio de espera de um coração, mesmo grupo A, é de mais de 1/2 mês em média em Portugal.
    Agora alguns dados importantes. O tempo médio de espera por um fígado em Portugal, grupo A, varia dos 6 meses aos 2 anos.
    Um rim pode demorar mais de 10 anos. Por um coração pode esperar mais de 2 meses. Por um pulmão é indefinido, de tal forma que Portugal pede a Espanha para fazer a maior parte deles.
    E por aí adiante. Morrem todos os anos mais de 100 pessoas em Portugal à espera de um órgão.
    Depois, na generalidade, porque infelizmente em todas as profissões existem pessoas menos sérias, devo dizer-lhe que a gestão das listas de esperas de transplante obedecem a critérios muito rigorosos, são avaliadas por comités de médicos criados para o efeito, e que na maioria dos casos englobam mais de uma dezena de médicos e ainda são supervisionados pela ASST e pelo coordenação nacional da transplantação.
    Posso garantir-lhe que é mais equitativa igualdade de acesso ao transplante em Portugal do que, por exemplo, à educação, ao trabalho, etc.
    Todos os portugueses são dadores por defeito, como disse. Qualquer pessoa pode manifestar o seu desacordo e optar por não o ser.
    Esta questão que agora se coloca, tem apenas a ver com o aumento da viabilidade da maioria dos órgãos para transplante. Porque, ao contrário do que se pensa, a recolha de órgãos (a sua maioria e os mais importantes) tem que ser feitos em vida, ou seja, na tal morte cerebral da pessoa. Poucos são os que são feitos já em cadáveres, porque o tempo de espera até ser colocado no seu receptor é muito curto e é necessário preparar todo o transplante. Por exemplo, um fígado, pode aguardar até cerca de oito horas até voltar a ser irrigado após o transplante. Ora se contar com pelo menos 3 horas para a recolha e transporte (em média, claro) e até 10 horas que pode demorar um transplante hepático (7 horas em média) pode ver que estamos a falar de verdadeiras corridas contra a morte. No sentido lato.
    Por isso, todas estas medidas se destinam a agilizar todo este processo, bem como a qualidade dos órgãos recolhidos.
    Há, em Portugal, mais de 2500 pessoas à espera do transplante de um rim e em hemodiálise.

    @Fê-blue bird
    Antes de recusar ser dador de órgãos, pense no dia em que possa vir a precisar do órgão de outra pessoa, que ao contrário de si não foi individualista. E pense se todos agissem da sua forma.

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  8. Paulo Novais

    É claro que não se mantém alguém em morte cerebral, mas neste caso, será tirar os orgãos Antes da morte cerebral e, daqui a nada, com tantas facilidades, que tal matar um bocadinho mais depressa(porque está quase morto)...para tirar um fígado ou uns pulmões, de urgência para o sr Fulano de tal.
    Isto de concordar em ser dadora é uma coisa, andar a mexer nas leis de modo a que alguém tenha a mais leve suspeita, da possibilidade de se poder abreviar o processo... é outra completamente diferente.
    As teorias são sempre muito bonitas, e com tantos serviços e avaliações e rigores, mas olhemos com olhos de ver para como vai este país... ou será que não vive no mesmo que eu?
    Temos administrações de muitas pessoas que deliberaram leis fora da própria lei que se beneficiaram, com montantes a atribuir em caso de se demitirem, pessoas que se vendem por pouca coisa e fala-me de rigor neste país?
    Até já começa a meter medo... viver neste país!

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  9. Rosa dos Ventos

    Pois eu também fiquei perplexa com a naturalidade com que se vai aprovar uma coisa destas, sem sequer perguntarem à população se concorda porque, neste país já não confio em comissões, administrações ou similares, onde, já há leis que não são iguais para todos, com atalhos e sistemas que acabam por beneficiar só alguns.
    Vejo um país em que já tudo se compra... só depende do preço.

    Bjos

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  10. Helena Oliveira

    Se esta lei for aprovada, penso que os ataques cardíacos vão começar a aumentar nas estatísticas, assim nem vai ser preciso provar que estava morto, antes de se começar... a retalhar.

    Bjos

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  11. Mar Arável

    Boa ideia lol... aprovem a lei e ele tem uma gripe... quer dizer... um ataque cardíaco ;) e lá se vai o Eng aos bocados ]:)

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  12. Puma

    Estás na onda do Mar Arável... será que já estão a estudar medicina? O Eng que se cuide porque se tiver coração... lol lol

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  13. Folha Seca

    Se eu vivesse num país nórdico, acho que nem pensava senão em concordar, se vivesse em certos países africanos, mais valia dar logo um tiro na cabeça (sem danificar as córneas), mas como estou a viver em Portugal, nesta bandalheira pantanosa, sem ética, sem vergonha, com joguinhos sujos a cada esquina, gananciosos, onde os lugares de topo são ocupados por filhinhos de "grandes" nomes, mesmo que só tenham média de dez... a pulga não pára de me chatear lol

    Bjos

    Bjos

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  14. Àparte as boas ou más intenções (éticas) não vejo grande problema . Afinal, após uma paragem cardíaca irreverssível, em poucos minutos o cérebro fica completamente danificado pela falta de irrigação e a morte cerebral não tardará também.
    Se eu agora quisesse doar qualquer dos orgãos não haveria ninguém interessado neles, porque perderam a data de validade e também adquiriram alguns defeitos.
    Afinal, se é para incinerar, para que precisaria eu deles ?... se fizessem falta a alguém, até "morreria com mais prazer" ! :))))
    .

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  15. Isa,
    seria demasiado macabro... mas nunca se sabe... e todos têm o seu preço...
    Hum! tb vou ficar com a pulga a trás da orelha...

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  16. Isa,

    Isso não é nada que já não aconteça. Nada mesmo.
    Já acontece se der entrada num hospital com a mesma paragem cardio-respiratória irreversível, se tiver um trombose, um acidente de viação que não danifique órgãos, eu sei lá. Logo que um médico nos declare morto. Quer seja morte cerebral, quer seja morte real e agora também cardíaca.
    Nós já dependemos dos médicos para isso. Logo, qualquer duvida que possa ter, já se aplica agora. Toda essa promiscuidade a que diz poder estar sujeita.
    A ciência está hoje muito avançada, como sabe. E é possível, sendo competente e profissional, ter algumas certezas no que à saúde diz respeito. Não todas, nem sequer as suficientes, mas coisas como a declaração da morte, são medicamente bastante banais hoje.
    Eu, pessoalmente, acho a coordenação do banco de órgãos e a coordenação de transplantes em Portugal dentro do melhor que no mundo existe.

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  17. Já agora, gostava de deixar uma pergunta a todos os que aqui escreveram os mais diversos comentários de escárnio ou indignação sobre esta medida.
    Quanto tempo estão dispostos a esperar, em caso de necessidade, numa lista de receptores de órgãos pelo respectivo transplante? Porque, neste momento, um órgão de uma pessoa que não esteja em morte cerebral, não pode ser recolhido. Ou seja, milhares de órgãos são desperdiçados todos os dias, apesar de o dador vir a falecer.
    Morreram mais de uma centena de pessoas em Portugal, só em 2009, à espera de um transplante. E muitas centenas mais, ficam completamente debilitadas à espera de um. Muitas vezes irreversivelmente.
    Eu confio no sistema.

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  18. Isa,
    Por acaso deixa-me um problema: reconheço-lhe razão nas apreensões, mas ainda acredito na ética médica, por enquanto. Mas tarde ou cedo a pressão do negócio irá ditar as suas leis. Enquanto as transplatações estiverem no âmbito dos hospitais públicos acredito nos processos. Conheço alguns operadores que nunca entrariam em negociatas...

    Beijo

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  19. Quando morrer dou tudo o que me tiver sobrado, é lógico se tiver morrido a tempo, mas não vivo em Portugal e as regras aqui onde vivo são diferentes. Tenho que me declarar dadora.

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  20. Devemos confiar, isto porque todos podemos precisar de uma hora para a outra, é claro que é muito dificil engolir certas obras, talvez isto tenha algo a esconder, no entanto perden-se muitos organs , muitas vidas poderiam ser salvas.
    ( se nos tocar a nós) é sempre um problema diferente.
    Se por acaso houver algo por trá sesta história bem como eu venho a afirmar é "o caminho do abismo"

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  21. Olá Isa

    este é realmente um tema complexo, pois acima de qualquer decisão burocrática , está a vida.
    Entendo o seu ponto de vista, mas vou acreditar que esta decisão não foi tomada de "animo leve", nem só porque sim. Infelizmente , cada vez mais existem patologias que requerem trnasplnates de orgãos imediatos e por vezes , estes trnasplnates requerem decisoes rapidas baseadas em factores preponderantes. Não acredito que será tão linar como a Isa refere.
    Evoluir no bom caminho , não é ficar agarrado ao "hipotetico", temos que tomar decisões.
    De acordo com o comentário do Paulo, muitas vezes as nossas opiniões mudam quando nos tocam.

    Se fosse um filho? que se lixe o resto!

    beijinho

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  22. Isa:

    No país do Vale Tudo e até já ultrapassou aquela frase(menos tirar olhos), agora até se pode tirar olhos para que não se vejam os ladrões e corruptos que abundam neste país,
    já nada me admira neste paraíso de Gandins onde quem não tem dinheiro está entregue à bicharada.

    Este caso já anda a bulir à muito tempo onde agora querem mesmo matar quem não tem posses para sobreviver.

    Tal como diz o provérbio:

    Se muito tens muito vales, se nada tens nada vales.

    Esta selva que existe neste país está a ficar cada vez mais separada onde a bicharada que a comanda, nos vai comendo dia a dia os rins, o fígado, os pulmões, o coração etc., etc. e o resto são cantigas.

    Resumindo:

    A coisa está assim:

    Quem puder safar-se que se safe e da maneira que puder nem que seja preciso matar, porque isso, já acontece à muito.

    Chão que já deu uvas, jamais as poderá dar mas só para aqueles que não se podem defender.

    Acreditar nesta corja que comanda o rumo deste país, é o mesmo que encomendar a alma ao diabo.

    Bjos, boa semana com este centenário de uma República sem coração, rins, fígado etc.,

    Mas que República é esta? :-o

    Das Bananas, Rins, Fígados, ou outros condimentos? :-|

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  23. Resumindo e Concluindo

    Para mim, a ideia é boa, mas na prática... tenho dúvidas.
    Confiar... confiei, mas basta ver o que tem acontecido neste país, na degradação interna das instituições, na falta de valores que se tem acentuado, excepto o aproveitamento pessoal de muita gentinha que só vê cifrões e tenta apenas resolver a vidinha pessoal.
    Como neste assunto, por lei, já somos dadores oficiais, apenas ponho em causa as mudanças dos pressupostos porque pelo caminho que as coisas seguem, se ainda há gente com ética... já se começam a contar pelos dedos das mãos e isso arrepia-me, portanto... a pulguinha continua por cá.

    Bjos

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  24. Pensei exactamente da mesma forma quando li a notícia.

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