9 de julho de 2009

EXTRATERRESTRES - Sim ou Não?



Hoje em dia as crianças antes de aprender a ler já mexem em todo o tipo de tecnologias, no ensino básico(mesmo na escola pública) já há os fãs do telemóvel e já nem precisam de mandar carta ao Pai Natal porque podem mandar um mail.
Foram precisos muitos anos para sairmos das cavernas, mas é de espantar como no espaço de uns anos a vida ficou completamente mudada com a tecnologia.

Em Portugal a televisão que tinha andado a fazer as primeiras emissões experimentais, preparava-se para fazer emissões diárias, naturalmente a preto e branco, coisa que já nem a minha filha se lembra, assim não nasci com televisão em casa porque a maioria dos portugueses não tinha dinheiro para tanta sofisticação. Mas fui das sortudas porque em casa com 4 ou 5 anos, havia rádio, telefone e a televisão que por azar só começava a emitir no final do dia e durante poucas horas.

Passaram 45 anos desde que cheia de espanto e admiração contemplei aquelas imagens que para mim eram espantosas e fui crescendo na companhia da dita cuja. Vi a primeira nave na Lua e quando era miúda era difícil compreender a profissão da minha mãe, ela escrevia letras mas saíam cartões perfurados que serviam para alimentar o super computador da Caixa Geral de Depósitos. Computador que era caixas enormes com bobinas que rodavam e que consumiam incansavelmente milhares de cartões perfurados de cores variadas, trabalho suado de muitas e muitas mecanógrafas. O barulho era ensurdecedor um ritmado e contínuo matraquear de teclas que iam perfurando cartão atrás de cartão seguido de perto pela chefe que entregava continuamente folhas e cartões sempre com a respectiva urgência, o grande computador estava sempre esfomeado.

De repente acorda-se e temos mais do que um super computador na palma da mão. Os cabos, as fibras ópticas, o espaço cheio de informação que existe mas não se vê.

Em poucos anos passámos rapidamente pelas válvulas, pelo transistor, pelo chip e microchip e com estes chegámos aos microprocessadores e à " VIDINHA DIGITAL".
Para alguns é mais fácil falar de tecnologia extraterrestre que assimilar esta virtiginosa alteração das nossas vidas .

De qualquer modo conheço alguns extraterrestres, eles falam de bola todos os dias, quando não há jogo podem até falar da unha encravada de um jogador, os extraterrestres filhos imitam o seu herói ao besuntar o cabelo e levantar a crista, completam a farda da camisola com o brinquinho na orelha, as extraterrestres filhas quando questionadas, não percebem nada de futebol mas repetem-se como um velho disco de vinil de 33 rotações que o Ronaldo é muito "giro". Para elas também há programas especiais, as novelas lamechas para entorpecer o espírito, os programas matinais dos coitadinhos e afins.

Na ERA DIGITAL "não havia necessidade" de anular a preciosa personalidade individual e cultivar o gosto de fazer parte da "carneirada colectiva". Num Mundo com tantas alternativas e escolhas tentar recriar-se como cópia só pode ser desejo de extraterrestre (geralmente são todos iguais e cinzentos).

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