10 de agosto de 2009

CIÊNCIA - RELIGIÃO - POLÍTICA


Começar por falar de Ciência talvez seja dos três assuntos o menos controverso, no entanto, para mim, todos parecem estar interligados.
Ora nada como falar do ADN ou DNA, tanto faz, significa o mesmo, é a tal molécula orgânica que contém toda a "informação" que coordena o desenvolvimento e funcionamento de todos os seres vivos. Mas o mais surpreendente é que para além de carregar com toda a informação genética, consegue-nos ligar ao passado (como as doenças hereditárias) , como vai conseguir influenciar todo o nosso futuro.

Estava eu no outro dia a ver um programa quando duas coisas me chamaram a atenção, a primeira; uma bailarina que tinha feito o transplante de coração e pulmões em simultâneo e apesar de toda a vida ter tido uma alimentação cuidada, não sendo apreciadora de gorduras nem álcool, acordou da operação com o estranho desejo de cerveja e frango frito. Pior que isso, é que essa estranha vontade não desapareceu e ao concretizá-la nunca nada na vida lhe tinha sabido tão bem.
Até aqui nada de especial, mas quando ela veio a descobrir que o dador tinha sido um jovem que morreu num acidente de mota e a família dele lhe revelou que o que ele mais gostava era de frango frito e cerveja, aqui não há nada de transcendente, apenas de memória celular.
A segunda coisa que também me chamou a atenção foi a de dois cientistas que tentaram pesar um moribundo, no exacto momento que falecia, no intuito de saber o peso da alma que abandonava o corpo, eu não lhe chamaria alma, mas na verdade no momento exacto do último suspiro, passou a pesar um pouco menos.
Existirá algo entre as moléculas orgânicas do nosso ADN, que não se vê, mas que existe e até tem peso?
Neste momento estou apenas a expor factos e assim sendo, sem aprofundar demais, sabemos também que a Religião, seja ela qual for, foi criada pelo Homem e até tem andado mais ou menos ligada à política conforme as modas do momento e dos países, pois sempre houve classes dominantes que se apoderaram de quase tudo e que para acalmar, tentar satisfazer as exigências das classes dominadas, lhes fazer esquecer as condições de vida injustas, criaram as promessas de benesses numa outra vida, no caso da religião seja o binómio "Céu/Inferno" ou "Virgens/Mulheres usadas?" ou o que inventarem na altura.
Na Política criaram os partidos políticos que prometem ao gosto de cada um e cada qual, mas onde continua sempre tudo na mesma, nos tempos de hoje é absolutamente inacreditável, ainda haver fome e tanto desperdício em simultâneo, uma justiça que começa logo por ser injusta conforme se tem ou não tem dinheiro e continua tudo no salve-se quem puder e nem quero falar do "amor ao próximo" que anda pelas ruas da amargura e, pelo menos, nesta altura do campeonato (não estamos na Idade Média) já deveria haver, no mínimo, o "respeito pelo próximo".
Assim, não sinto qualquer empatia por partidos políticos ou por religiões, criadas até este momento.
Nesta altura, já deve estar alguém a tirar conclusões precipitadas que devo ser ateísta, agnóstica ou vendedora de alguma nova religião, mas estão completamente enganados.
Educada e criada numa determinada religião, seguindo todos os preceitos, comecei na juventude a arranjar problemas quando ia rezar na igreja errada e que era por mim escolhida pelo simples facto de estar vazia naquele momento, em que precisava de me encontrar a sós com o Deus que eu imaginava, ser o mesmo para todos, mas talvez já nessa altura, fosse só para me encontrar com o espaço vazio das minhas moléculas, onde talvez resida o bem e o mal, o positivo e o negativo, no fundo a velha dicotomia Deus/Diabo.
Hoje ainda comigo luto, para que um dia quando o meu corpo virar pó, conseguir que um pouco da memória celular dos espaços vazios das minhas moléculas em conjunto com as suas iguais, algures no Cosmos, possa servir para ajudar a Natureza a criar um magnífico pôr do sol ou uma simples flor, em vez de mais injustiça, falta de ética, doença ou sofrimento.

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