12 de maio de 2010

Este Passos, é um grande................... Coelho ;)

1º ponto- Não tenho nada contra, uns ganharem mais do que outros. Qualquer trabalho tem de ser remunerado de forma justa, em função do mérito, esforço e responsabilidade e, seria contraproducente, pagar exactamente o mesmo, a quem já nasceu calão e que acha ter o mesmo valor ao ser incumpridor e irresponsável. Já se chegou ao cúmulo de só se compararem horas de serviço, mesmo que esse tempo sirva, unicamente, para ir roçando o rabinho pelas paredes ou gastar o tecido da cadeira.
Conhecendo o ser humano, sabemos, perfeitamente, que há sempre um chico-esperto que, apesar de saudável, se acha no direito de se encostar à sombra da bananeira, não fazer nenhum e pensar que os outros, simplesmente, nasceram para o alimentar, vestir, calçar,... e adorar. O melhor, será dar a esse espécime, o nome correcto e chamar-lhe parasita e, fatalmente, a sua proliferação, acabará por prejudicar toda a sociedade, principalmente, os mais fracos que, realmente, necessitam de auxílio.
2º ponto
- O problema nem está em haver quem tem mais ou menos dinheiro porque é algo inevitável. Mesmo que déssemos, mensalmente, o mesmo dinheiro a 50 pessoas, no final do mês, umas não teriam nenhum, outras teriam poupado, outras já se teriam enrascado ;) a partir do dia 15 e haveria, até, quem tivesse pedido um empréstimo.
O grande incentivo ao trabalho, será reconhecer o mérito e premiar quem se esforça, de uma forma justa, e depois, bastará impor as regras e leis para que todos colaborem e contribuam para o bem estar comum, sempre de acordo com as suas possibilidades. Estamos, todos, dependentes uns dos outros e para o sucesso do todo, nenhuma das partes pode ser excluida ou esquecida.
Nada disto é demagógico e seria perfeitamente possível numa sociedade justa, com leis iguais para todos, sem excepções à regra e benesses incompreensíveis ou injustificáveis.

Depois destes dois pontos estarem bem esclarecidos, o que estou totalmente contra é que em vez de se premiar pelo trabalho ou por qualquer outra sábia contribuição para a sociedade, andamos a premiar quem tem o padrinho ou a cunha maior. Já para não falar, de quem anda a roubar o erário público e, muitos deles, de uma forma descarada, arrogante e sem castigo.
Injustiça e irresponsabilidade, são os dois factores que podem contribuir para exterminar a espécie humana em qualquer tipo de sociedade porque, governados por incompetentes, será tão perigoso como pôr dinamite ao pé do fogo, pois toda a gente sabe que acabará por explodir e, mais cedo ou mais tarde, todos acabaremos por ficar queimados.


Outra coisa pateta, será dizer que "alguém até nem ganha muito", quando se podem fazer comparações com outros países e ver que, por cá, num país pobre e pequeno, desempenhando a mesma função, se paga, incompreensivelmente, muito mais. Nunca podemos esquecer o, enorme, fosso entre o ordenado maior e menor que, novamente, em relação a outros países (europeus), chega a ser imoral. Coisas destas, só se passam em países do terceiro mundo que, aqui e agora, não vêm ao caso.

Chegamos finalmente, aos tais 2,9% que Passos Coelho quer retirar aos políticos e gestores públicos que, francamente, na minha modesta opinião, será mais uma manobra populista para ganhar uns votos e não para mudar ou mexer em interesses instalados, coisa que sozinho nunca conseguirá e que, nessa percentagem, nem servirá para resolver nenhum dos nossos verdadeiros problemas económicos. Será mais uma areiazita para os olhos ou um engodo para acalmar, por mais um tempo, os ânimos do pessoal e, assim, retardar alguma explosão mais violenta, daqueles que já estão a começar a ficar fartos e a perder a paciência. Para começar, fiquei com muitas dúvidas:
-Será que lhes vão tirar 2,9 % e, relativamente, aos ordenados mais baixos, será a mesma coisa ou mais?
-Será que é 2,9% sobre os ordenados brutos, como nos fazem no IRS, ou sobre os ordenados líquidos?
Aqui a diferença é bastante grande, como vêem na gravura, mais ou menos explicada metaforicamente, temos um pão que representa o que lhes é pago mensalmente e, consoante os 2,9% lhes for tirado antes ou depois dos descontos, assim será, o tamanho do seu "enorme sacrifício" ;) apenas, mais umas migalhas para atirar aos patos, em dia de passeio ao jardim.
Usando a mesma metáfora, em Portugal, haverá quem não ganhe uma fatia de pão inteira.
Só depois de uma grande limpeza e reposição do que é justo, a única medida razoável, seria uma tabela provisória (até sair da crise) em que as percentagens fossem do tipo do IRS, mas muito mais justas, para não aquecer, ainda mais, os ânimos. Já no IRS, é injusto que escalões(2010) que, por exemplo, vão dos 7.250/17.979 euros, 17.979/ 41.349 euros, paguem na base da mesma percentagem porque o nível de vida dos que vivem nos extremos, não tem nada em comum.
O mais engraçado é que no escalão superior, de 41.349/59.926euros, não se sente essa disparidade, parece que foi, quase, feito à medida, sem haver aquela sensação de que alguém está a ser prejudicado.
Este povo anda com tanta fome de rigor e de justiça que seria uma boa ideia, tocar em cada ferida, conforme a gravidade de cada situação e com muito cuidado, isto, se realmente estiverem interessados em começar a fazer alguma coisa de jeito que não seja só, mais uma macaquice para inglês ver porque os portugueses, também, estão a começar a ver muito mais, do que Papa e Futebois.
Espero, neste último ponto, não estar redondamente enganada ;)

11 comentários:

  1. O que esse puto sabe já a mim me esqueceu...

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  2. Rei da Lã
    Desde pequenininho que ele anda a aprender com os mestres do "métier" :D

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  3. Tirar 2,9 para evitar que alguém dê a ideia de cortar regalias maiores!

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  4. LS
    É só para fingir que estão a apertar o cinto :D

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  5. Este posta dava "pano para mangas", mas vou ser breve. A proposta de reduzir os ordenados dos políticos traz água no bico. O propósito é ganhar argumentos para reduzir os salários de toda a gente. Este Coelho a mim não me engana, nem travestido de democrata e defensor de causas que até parecem justas, mas só aapanham desprevenidos os incautos.

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  6. Apesar de tudo e principalmente por isso nos entrar nos bolsos (ou saír deles :(( ), seria inevitável. Em Espanha vai ser bem pior ! Quanto mais adiássemos esta solução (pacote complecto) pior seria !
    Acho as medidas bastante positivas.
    Temos que ter em atenção que foi uma das imposições da UE, como contrapartida da criação do Fundo Especial que irá prevenir futuras situações de muito difícil saída.
    .

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  7. Adenda ao comentário anterior:
    Claro que me estava a referir às medidas hoje tomadas pelo PS e PSD e reveladas à noite.

    Evidentemente que estou completamente de acordo com as argumentações do post.
    Como sempre a Isa faz sobre estes assuntos excelentes análises e críticas. Com o post concordo perfeitamente. Tenho algumas dúvidas apenas sobre a questão dos 2,9% (??).
    .

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  8. Carlos Barbosa de Oliveira
    Por isso é que eu pergunto o que vai ser em relação aos outros ordenados e bem podiam cortar muito mais nos grandes ordenados, senão parece mesmo conversa da treta :)

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  9. Rui da Bica
    Como pode ler no post, até mencionei uma tabela do tipo do IRS, só quero ver na prática, se não vão cortar a mesma percentagem em quem recebe ao fim do mês um pão inteiro ou apenas uma fatia.(ou menos) Sabe que há ordenados onde podem tirar 100€ e não faz grande mossa mas há ordenados onde se tirarem 10€, podem ser 2 refeições de uma família porque eu bem vejo, a ginástica que muitas pessoas já estão a fazer, para pôr comida na mesa :(

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  10. As grandes e fundamentais questões estão praticamente definidas.
    Basta ler os jornais de hoje.
    Como se o encontro Sócrates vs Coelho tivesse constituído o milagre por que muitos esperavam.

    Tretas!
    Os números pré sugeridos por Coelho foram mera publicidade, ainda por cima enganosa.

    O que nos aparece de novo (mas não de surpreendente)?
    O IVA sobe "apenas" 1 ponto percentual. Mas abrange as taxas de 5 e 12 %, de onde se conclui que alimentos e medicamentos levam pela medida grande.

    Os vencimentos vão todos ser "beneficiados" com um simples corte. Igual para todos, o que desde logo impopulariza a questão.
    Todos? Bem, apenas alguns, poucos, se salvam das garras da recuperação económica.

    Os políticos e gestores públicos vão suportar um corte de 5%.

    E, pergunto eu na minha natural estupidez existencial. Qual a razão que leva os privados a fazerem parte de outro mundo, de outra crise?
    Ou para eles não há crise?

    E o corte na despesa? Onde anda?

    Vamos ouvir o ministro das finanças anunciar as medidas do nosso descontentamento. Do nosso não, de alguns de nós.
    Só vai faltar uma frase dizendo que o acordo teve o alto patrocínio do Coelho.

    Outras medidas avulsas já estão perfiladas.
    Aguardemos.

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  11. Observador
    O dinheiro nunca lhes vai chegar, é um desgoverno completo =(

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