8 de agosto de 2009
CASAMENTO - UNIÃO DE FACTO
São duas faces da mesma moeda onde a tentação de complicar o que basicamente pode ser simples é só para servir diferentes "interesses" obscuros.
A base de qualquer ponto de vista deve apenas basear-se na livre escolha e na liberdade pessoal da vida privada tendo sempre em mente que a minha liberdade acaba quando começa a liberdade de outrém.
Ora o casamento é apenas um contrato legal entre duas pessoas e ao efectuá-lo como em todos os contratos, os outorgantes tomam conhecimento de todos os direitos e deveres a que ficam obrigados segundo as normas em vigor.
Até à Revolução do 25 de Abril o casamento civil era uma caldeirada que misturava a lei civil e a lei religiosa em vigor na época.
Felizmente hoje, após realizar o contrato civil somos livres de realizar ou não o contrato religioso com a implicação de mais uns tantos deveres e regulamentos que ficam apensos ao 1º contrato.
Quando tentam desviar a nossa atenção entre mais ou menos direitos na união de facto em relação ao casamento, estão a mandar-nos "areia para os olhos" para não vermos nem pensarmos no que realmente está mal.
O contrato civil já pode ser realizado entre duas pessoas de diferente; nacionalidade, raça e religião mas não está aberto a todos os portugueses pois não pode ser realizado entre pessoas do mesmo sexo.
Ora o casamento civil não pode ter uma torneira só aberta para alguns mas terá que ser o contrato mais abrangente e independente para TODOS os portugueses que o desejem celebrar.
Assim como eu tenho direito à minha liberdade de viver com um homem em união de facto sem direitos nem obrigações, todos os portugueses incluindo os do mesmo sexo, têm que ter a mesma liberdade de poder ou não celebrar esse contrato e não consigo ver nisso qualquer atentado ou roubo à liberdade dos restantes cidadãos.
Toda esta controvérsia só tem a ver com a ideia antiga, religiosa e retrógada que o casamento serve a procriação.
Por essa ordem de ideias voltávamos à caldeirada de antigamente e da possibilidade de anulação do contrato só porque um dos outorgantes não podia ter filhos.
As normas e leis têm sempre que servir a Democracia e esta exige que qualquer cor política não ponha em causa a liberdade individual dos cidadãos e que evite a qualquer custo atentados à Democracia quando se criam leis que não podem ser usadas exactamente na mesma medida por todos.
Aqui não é um campo onde a autodenominada "religião portuguesa" possa intervir e é quase obsceno quando se pensa a um nível de universalidade, existem 30% de cristãos e 70% de não cristãos.
Na continuação deste pensamento UNIVERSAL, quando se está a proibir o casamento entre pessoas do mesmo sexo estamos a falar de 11% da população mundial e é aqui que a Opus Gay em vez de querer alterar a minha liberdade de "não contrato", deve em conjunto com todos os cidadãos "que não têm teias de aranha na cabeça" batalhar para poder ter o mesmo direito de optar como todos os outros entre casamento ou união de facto.
As mentes retrógadas que fazem tanto alarido negativo sobre algo que basicamente é tão simples para poder ser justo, deviam era preocupar-se com outros assuntos verdadeiramente escandalosos: que 6% da população mundial possua mais de 79% da riqueza do mundo inteiro, que 70% sejam analfabetos, que 80% vivam em casas inabitáveis, que 50% sofra de desnutrição e que menos de 1% possa frequentar a universidade ou ter um simples computador.
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